domingo, 12 de abril de 2009

O dia em que Laura nasceu

Foi um dia realmente especial, feliz... Vovó Cristina chegou no dia anterior e quando acordei lá estava ela, toda carinhosa, cheia de guloseimas para o meu café da manhã, afinal, esta seria a minha última refeição até o dia seguinte ao parto. Vovó fez pra mim uma omelete enorme, cheia de cebola e queijo, do jeitinho que eu amo. Nem consegui comer tudo, de tanto que ela fez!
Em seguida chegou a tia Aninha Gabriela, que por sorte do destino, estava aqui no Rio no dia mais importante da minha vida! Ela chegou aqui e passou o dia todo com a gente. Lá pela uma da tarde vovó Dalva chegou. Pronto! A trupe estava armada! Vovó Cristina, tia Aninha, vovó Dalva e Fred Pai, todos aqui em casa, conversando, rindo, passando momentos tão especiais. Mãe Lu se sentiu amada, feliz e fomos para a maternidade calmos e confiantes que tudo daria certo. Não fosse a fome e a sede, diria que o dia estava perfeito.
Ao chegar à Clínica Santa Bárbara, onde Laura nasceu, ainda na recepção, encontramos a tia Luciene. Ela é outra paciente do doutor Orlando que teve a Maria Clara uma hora antes da Laura nascer. Foi legal encontrá-la no hospital, fofocamos um pouquinho, falamos do nosso medo de trocarem nossas filhas, afinal, elas nasceram quase na mesma hora e nossos nomes são parecidos...
Desde a hora que chegamos na maternidade, até o momento de entrar no centro cirúrgico, passaram-se outras quatro horas. Ficamos eu, as vovós e Fred Pai no quarto, esperando, conversando e sentindo uma ansiedade nunca antes experimentada.
Ao chegar o enfermeiro com a maca para me levar ao centro cirúrgico, Fred Pai foi logo se preparando. Pegou a câmera fotográfica dele, armou tudinho e lá foi ele pelo corredor do hospital comigo, segurando minha mão com uma de suas mãos e com a outra registrando tudinho. Senti um misto de medo, excitação, alívio e felicidade. No final do caminho até lá, meus olhos já não enxergavam mais o teto, de tão marejados que ficaram.
Quando cheguei ao centro cirúrgico lá estava doutor Orlando. Foi logo perguntando se eu tinha conseguido dormir na noite anterior. – Claro que sim doutor! Dormi oito horas, tranquila e feliz! Afinal, a partir dessa noite, acho que não terei uma noite de sono dessas por muito tempo!! – Ah bom!
Gostei muito da equipe do doutor Orlando. A pediatra, Kátia Jermmann, me abraçou com todo o carinho na hora da anestesia. A anestesista era simpática e todos ficaram conversando comigo para que eu me sentisse mais calma. No entanto, assim que a anestesia começou a fazer efeito, a minha pressão abaixou bastante e vomitei muito. Incrível! Comecei a gestação vomitando e pari vomitando! Que coisa!
Durante o corte, não senti dor. No entanto, eu sentia sim as mãos do médico puxando daqui a minha barriga, esticando dali, abrindo acolá. Uma sensação no mínimo estranha. Enquanto doutor Orlando abria minha barriga, eu vomitava, a anestesista tentava aumentar minha pressão com remédios e a pediatra me acalmava, Fred Pai não tirava o dedo da máquina de fotografar. Levou até uma bronca da anestesista: - Não faça isso Fred! Não tire foto dela passando mal! Vou mandar tirarem foto de você fazendo o exame de próstata! Fred Pai nem ligou. Continuou com o dedão na máquina, registrando cada segundo.

A hora do nascimento

De repente, rapidinho, como um estalar de dedos ouço um choro forte, bravo. A minha pequena nasceu!!! Foi apresentada para mim toda sujinha, roxinha, mas encantadora. Jamais alguém trocaria a minha pequena na maternidade. Nunca mais vou esquecer aquele rostinho lindo, olhando com ar assustado pra mim. - Minha filha nasceu! E é esse monstrinho lindo!! Pensei... Loguinho a pediatra levou Laura para tomar um pouco de oxigênio porque estava com dificuldade de respirar, de tanto sebo, por isso estava roxinha! Lá na mesa ao lado da minha, ela fez os testes todos, passou com nota boa, foi limpa, enrolada e colocada no colo de Fred Pai. Enquanto Fred Pai tirava fotos, gritava: - Lu! Ela tem a sua boca Lu! Lu! Ela tem pernão igual ao seu Lu! Ele estava tão feliz! Foi tão lindo ver Fred Pai pegando a nossa pequeninha nos braços, beijando sua testa e dando boas vindas a ela. Senti um arrepio, um frio na barriga, uma vontade de chorar de felicidade... Nunca vou esquecer esse momento.
Logo depois, Fred Pai a trouxe para os meus braços. Eu a peguei, coloquei sobre meus seios e fiquei olhando pra carinha dela. – Olá minha filha! Prazer te conhecer! Espero que tenhamos uma vida feliz juntas. Fred Pai ao meu lado era todo sorriso, beijos e felicidade. A pediatra foi logo colocando Laura no meu seio para mamar o colostro. Ela pegou direitinho. Sem nenhum problema. Já começou a vida com muita fome! Esse momento foi tão especial que nem lembrei que do outro lado da mesa cirúrgica estava doutor Orlando me costurando.
De um minuto para outro Laura foi embora nos braços de Fred Pai. A pediatra amou a máquina fotográfica dele e saiu atrás dos dois, agora ela registrando todos os momentos! - Que menina mais fotografada essa minha pequena!, pensei com meus botões. Quebrando todos os protocolos, ao invés de Laura ser levada para o berçário para tomar banho e se vestir, Fred Pai a levou para o quarto, onde as avós esperavam apreensivas. Ao abrirem a porta, as duas gritaram de susto e emoção. Vó Dalva chorou até! Vó Cristina ficou toda boba! – Ela é igualzinha a Lu quando nasceu!, gritou.
Depois de conhecer as vovós, Laurita foi para o berçário, tomou banho, colocou a roupinha que Mãe Lu havia separado para ela enquanto sua mamãe voltava para o quarto. O reencontro das duas foi logo depois do banho de Laurita. Ela voltou para o quarto, mamou mais e mais. - Insaciável essa menina!, todos falavam. E voltou para o berçário. A primeira noite, Laura passou longe de Mãe Lu. Dormiu pertinho das enfermeiras, para que elas tivessem certeza de que tudo estava bem com a pequena.
Fred Pai e vovó Dalva foram para casa. Vó Cristina ficou no hospital, acompanhando a filha e a neta. Mãe Lu, deitada na cama, ainda meio dopada da anestesia, com dor no corte e muito emocionada, passou a noite em claro. Não conseguia esquecer aquele rostinho pequeno, delicado, frágil que era o da sua filhinha. Jamais dormiria o mesmo sono desde a madrugada de 2 de abril de 2009, para o dia 3. A partir daquele momento, sua vida, seu amor, suas forças e energias seriam todas direcionadas para amar sua pequena filhota, Laura Filizzola Pacífico Alves. Bem-vinda, minha amada filha! Espero que tenha uma feliz jornada por essa vida!


Laura nasceu às 22h19, no dia 2 de abril, pesando 3,210 kg e medindo 48 cm.

3 comentários:

Unknown disse...

Que linda a historia do nascimento da Laura! Obrigada Poe repartir essa experiencia tao unica com a gente. Mesmo de longe torço muito pela felicidade de vcs 3. EM aí, como esta sendo aí aventura de ser mãe?? A Laura e boazinha ou chorona?? Parabéns de novo!!! Beijos da tia Piu

Pereira disse...

Filhos,

Depois de ter o privilégio e a graça de participar de todo evento do nascimento e dos primeiros dias da LAURA, estou arrumando as malas para voltar ao ES. Já sinto o coração partido e hoje principalmente, fiquei triste e chorosa.
Sei que a Laura é de vocês dois e a vocês desejo toda felicidade do mundo.
Beijos,

Unknown disse...

Fiquei tão emocionada ao ler o relato do nascimento da linda e tão amada Laura... Vários momentos senti meus olhos marejados.
Desejo todo amor, saúde e felicidade na vida de vcs três, que já tenho certo de que serão uma família muito unida e harmoniosa!
Um abraço bem apertado,
Lili