sábado, 29 de novembro de 2008

A estante, o microondas e o grande susto

A chegada da Laura requer uma série de mudanças em casa. O quarto de hóspedes, que servia também como meu closet superluxo será dela. O quartinho de despensa será o da Terezinha, a babá da Laura que contratamos desde o terceiro mês de gravidez (esse é um capítulo a parte!). Ou seja, além de nossa filha, teremos também outra moradora na casa, que será parte da nossa família. Portanto, o apartamento - que antes Fred Pai e eu achávamos enorme para nós dois - hoje observamos que diminuiu de tamanho e que em breve estará praticamente repleto.
Para a chegada das duas novas moradoras, Fred Pai e eu temos que fazer algumas pequenas reformas. Decidimos então começar pelo quarto da Terezinha, que deve vir morar com a gente dois meses antes da Laura. O quartinho, como o chamamos aqui em casa, era a despensa da casa - cheio de estantes, de malas, de ferramentas, enfim, cheio de bagunça. Queremos tirar tudo de lá, pintar o quartinho, colocar uma cama legal, uma TV e um armário e deixá-lo aconchegante para a chegada da nossa querida babá. Para tal, precisamos de muito trabalho. E decidimos iniciá-lo hoje, sábado de manhã.
Acordei cedo, despertei Fred Pai e logo depois do café da manhã começamos o batente. Fred Pai desmontou as prateleiras e carregou os entulhos pesados. Eu decidi tirar as coisas leves das estantes e limpá-las para que fossem desmontadas e guardadas. Eram duas as prateleiras do quartinho, daquelas de metal, furadinhas. Da primeira tirei tudo, guardei as coisas, joguei várias fora e tirei o pó. Tudo com um lencinho na mão com cheiro do meu perfume, porque pelas manhãs ainda tenho muito enjôo e não posso sentir qualquer cheiro diferente. O lencinho perfumado foi dica da vovó Dalva.

A cena

Quando comecei a fazer o mesmo trabalho na segunda estante, que guardava mais coisas, como um isopor grande, várias malas e um microondas, não percebi que ela estava bamba. Ao tirar uma das malas de lá para limpá-la, junto com ela vieram a estante e tudo o que estava nela. Foi uma chuva de objetos em cima de mim. Para me defender, dei um passo para trás e a outra estante também caiu em minha direção. A sorte foi que o isopor grande ficou entre a estante, o microondas e o ventilador de teto. Eu fiquei embaixo do microondas, sem que ele caísse em cima de mim. Resultado. Cortei a perna esquerda não sei com o quê e a estante de trás, que estava vazia, ao cair, bateu pesadamente nas minhas costas. Dei um berro pedindo socorro ao Fred Pai e fiquei parada, tentando observar onde os objetos me atingiam.
Fred Pai chegou no mesmo segundo e me resgatou de lá. Deixei o quartinho correndo em direção à minha cama. Eu precisava deitar para identificar o que realmente tinha acontecido comigo. Minhas costas ficaram vermelhas e na hora Fred Pai pegou gelo para colocar na batida, apesar de meus protestos. Eu queria algo quente, não gelado. Embora o gelo seja a melhor resposta, o quente é muito mais confortável.
Mas o susto maior mesmo veio quando comecei a sentir a Laura pulando muito dentro da minha barriga. Senti também uma pressão forte na parte inferior do meu ventre e leves contrações, acho, além de uma forte vontade de ir ao banheiro. Não soube distinguir o que era. Contei para Fred Pai que na hora pegou o telefone e ligou para o meu obstetra, o dr. Orlando. Quando ele falou comigo, percebeu que eu fiquei muito nervosa e pediu para que eu fosse à Maternidade de Laranjeiras, lá na emergência, fazer uma ultra para ter certeza de que nada havia acontecido com a minha filhinha.
Saímos correndo e lá chegamos cinco minutos depois. Fred Pai estava tão nervoso, mas tão nervoso, mas tão nervoso que ao sair do carro, já no estacionamento do hospital, ficou todo enganchado entre o banco, a direção e a porta. A situação foi tão patética, que no meio daquele desespero ainda parei para rir com ele.
Lá dentro Fred Pai disse para a recepcionista que era uma emergência. – Moça uma estante caiu em cima da cabeça da minha mulher grávida! Ela precisa ser atendida agora! Por favor, não a deixem esperar! No mesmo minuto veio uma enfermeira que me colocou deitada em um cadeirão dentro de uma salinha. Ao entrar na salinha senti um frio tão grande, tão intenso, que comecei a tremer muito. Tremia o corpo todo. Fred Pai saiu correndo da salinha e foi buscar a enfermeira. – Moça! Acho que isso não é normal! Minha mulher está tremendo muito!
Com a enfermeira veio a médica, dra. Gabriela. Como todos daquele hospital, dra. Gabriela foi muito simpática e amável. Chegou terminando de mastigar o almoço dela. Coitada! Nós a atrapalhamos! Mas ela não se importou. Ligou o aparelho na hora para ver se Laurita estava bem. Ufa! Laura estava bem sim! Muito agitada, pulando bastante, mas bem! Ela fez vários exames para ver se estava tudo certinho e constatou: Mãe Lu estava tremendo só porque ficou nervosa! – Calma mamãe! A Laura está bem e nem sentiu nada! Ufa! Ao ver a minha nenê lá dentro de mim, ouvir seu coraçãozinho batendo forte e saudável, ver seu rostinho, pezinhos, mãozinhas... tudo no lugar, certinho, de mansinho a minha tremedeira foi passando, passando, passando e fiquei mais tranqüila. De lá ligamos para dr. Orlando que ficou aliviado como a gente! – Lu, agora quero que você relaxe! Você ficou muito nervosa e isso faz mal para a nenê! Quero você muito tranqüila nesse final de semana, ok? – Ok doutor! Ficarei bem! Prometo!
Fred Pai e eu saímos do hospital agradecidos e mais tranqüilos. Fomos para casa com a certeza de que nunca mais na vida da gente seremos os mesmos desde que Laura foi gerada. O amor, preocupação, os instintos materno e paterno já são tão fortes hoje que só em situações assim mesmo para termos a consciência do quanto essa menininha já transformou a vida da gente. E para melhor! Ainda bem que foi só um susto! Obrigada anjinho da guarda! Prometo não dar mais trabalho!

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Estrelando Laura Filizzola Pacífico Alves!


A Laura de cima tem 19 semanas de gestação. Foi quando descobrimos que nosso bebê seria uma menininha. Na ultra de baixo Laurita tem 13 semanas.

E com vocês, as bobeiras do Fred Pai 8-D :



8-p
Também em:

http://www.youtube.com/watch?v=xxjKBSuumCU

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

De olho na balança!!!!


Fome demais e medo de ficar gorda

Uma das primeiras frases que disse ao saber que estava grávida foi: - Fred! Vou ficar gorda! E agora? Realmente não foi uma grande frase, cheia de amor, carinho e instinto maternal. Pelo contrário. Foi egoísta e vazia, como o próprio Fred Pai me disse rebatendo minha exclamação. Tudo bem. Eu reconheço. Foi uma observação não necessária. No entanto, ela reflete uma preocupação minha de quase 15 anos. Explico: fui uma criança gordinha e uma adolescente obesa. Já pesei 90 quilos! Emagreci aos 19 anos e desde então vivo de dieta, para não engordar mais. Por isso o meu desespero naquele momento!
Mas mal sabia eu que o medo de ficar gorda era só o começo de uma longa trajetória que ainda nem teve fim! Mesmo enjoando e vomitando todas as manhãs, a fome é uma companheira inseparável minha. Desde que Laurita foi concebida, parece que tenho um rombo no estômago, um buraco vazio que tento, tento, tento preencher e só sinto que não cabe mais nada quando a azia toma conta de mim!
É algo assim: acordo de manhã morrendo de fome, tomo café da manhã, vomito. Duas horas depois, morro de fome de novo. Como. Tenho azia. Uma hora depois quero almoçar. Como. Quero sobremesa, normalmente chocolate. Não posso. Me contento com uma fruta ou com um picolé de limão. Tenho azia. Lá pelas quatro da tarde morro de fome. Como. Tenho azia. Às seis preciso muito comer. Como, mas não o suficiente. Às oito janto. Tenho azia. Às onze morro de fome. Tomo leite. Tenho azia e vou dormir.
Mas o pior mesmo nem são essas as sensações, que acabei me acostumando. Os meus maiores inimigos são em ordem crescente: 1) a balança; 2) o espelho e 3) as fotografias! Estes sim me deixam maluca! Meu primeiro contato com a balança assim que soube de minha gravidez começou mal. Ao me pesar no médico, constatei que apenas 15 dias depois de saber que estava grávida, já tinha engordado dois quilos. Foi um choque! Fiquei triste, chateada. Chorei para o médico, que me encaminhou para uma nutricionista. Lá, ela me passou uma dieta. Tento fazê-la diariamente, mas às vezes confesso que dou uma escapulidinha. Nenhuma grávida é de ferro! Tenho aprendido isso nesses últimos tempos!
Todas as minhas amigas tentam me animar. Dizem que estou uma grávida linda e que não engordei nada além da barriga. Ouço isso sabendo que dizem com amor. Mas a verdade é que o meu espelho de casa e as fotos que Fred faz de mim são cruéis. Minhas coxas aumentaram, meus seios triplicaram, meu rosto está uma bolinha só! Estou mesmo mais rechonchuda! E isso é normal mesmo! O difícil é se acostumar.
Mês passado fui à minha consulta rotineira no obstetra e constatei que engordei um quilo e meio! Ele ficou bravo! – Não pode Luciana! Você não deveria ter engordado nada ainda! Só depois do sexto mês que tem direito a engordar tudo isso em um mês! Fiquei arrasada! Me senti uma ursa panda! Fofinha, bonitinha e muito gordinha! Cortei o açúcar, reduzi o arroz, não comi pão. Fui à nutricionista e emagreci um quilo! – Eba! Que nada! Não tive direito a comemoração. Levei uma bronca dela: - Luciana! Você não pode emagrecer minha filha! Isso faz mal para a bebê! O certo é engordar 700 gramas! Você perdeu um quilo! Sua nenê precisa crescer dentro de você! Mais uma vez me senti arrasada! Como assim? Estou fazendo mal a minha bebê? E agora?
Agora que estou tentando relaxar um pouco. Vou comer alimentos saudáveis na sua maioria. Embora de vez em quando precise sim de um chocolatinho ou de um sorvetinho! Não vou exagerar! Juro! Mas também não vou ficar neurótica. Sábia decisão. Mas sinceramente, quando vejo minhas fotos recentes, ainda me dá um frio no estômago, uma tristeza e um imenso medo de não voltar a usar minhas roupas de antes de ser mãe.
Por falar em roupas, esse é outro martírio também! Cada dia é mais difícil caber em uma roupa! Semana retrasada foi festa de aniversário da tia Aninha. Eu queria ficar bonita pra ir lá ver meus amigos. Passei uma hora e meia experimentando as roupas do meu armário! Minha última tentativa de usar um vestido da época anterior foi quando pedi para Fred fechar o zíper dele. Claro que não subia de jeito nenhum. Não pela barriga, que o vestido é soltinho, mas pelos seios. Ele tentou, tentou. Deitei na cama, tampei a respiração. Nada. Não serviu. Coloquei a minha batinha que coloco sempre. Pelo menos ela é bonitinha. Mas confesso que já não agüento mais usá-la!
Ainda bem que a vó Cristina e a vó Dalva são minhas parceiras. Tenho ganhado ótimas roupas delas. Vó Cristina, que já teve fábrica de roupas de gestante, costura algumas pra mim e manda pelo correio. Vó Dalva conhece uma lojinha lá em Vitória e compra vestidos lindos e modernos pra mim. Então também não posso reclamar! Sem falar nas minhas amigas, que no meu aniversário, me deram uma coleção de batinhas ótimas, que estou sempre usando! Mas a verdade é que meu guarda-roupas reduziu para um décimo do que era antes. Engraçado, porque ele diminuiu em função da minha barriga, mas também porque agora a Laura precisa de armários para as coisinhas dela! Por isso, as opções de roupas minguaram e o armário emagreceu! Enfim! Espero que depois da amamentação minhas roupas caibam em mim. Caso contrário, terei que me contentar em ser uma mamãe gordinha! Ai ai! Que meda!

terça-feira, 25 de novembro de 2008

A escolha do nome

A verdade é que quando descobrimos o sexo do bebê não tínhamos um nome definido para menina. Só para menino. Explico: a minha vontade era tanta de que fosse uma menininha, sonhava tanto com isso, mas tanto, mas tanto... que tive medo de que, se fosse um menino, minha decepção fosse grande demais. Então desde o primeiro minuto que soube da existência do bebê pensei: - Vai ser um menino! E deixei guardadinha, quietinha, escondidinha aquela minha vontade imensa de que fosse uma menina.
Quando alguém vinha me dizendo que achava que era menina, me ascendendo lá dentro aquela pontinha de esperança, eu repetia como um mantra: - É menino, eu sei!
Com os meus botões imaginava como seria ser mãe de um menino. Comecei a olhar os meninos com maior atenção, perceber como eles agem e vi que não seria mal ser mãe de menino não. Na verdade, eu ficaria feliz. Já estava em paz com a idéia e com o meu coração.
Embora, para Fred Pai eu tivesse dito: - Meu amor. Eu quero só um filho. Mas se for menino, vou tentar outro, porque sonho muito com uma menininha.
Aliás, sonhava literalmente mesmo. Três vezes sonhei com o bebê que estava no meu ventre. Em todas elas o meu nenê era uma menininha. O primeiro dos sonhos lembro tão nitidamente que, ainda hoje, quando fecho os meus olhos, eu vejo aquele rostinho. Será que ela vai ser como a bebê que vi no sonho? Se for, ela será a cara da minha irmã mais nova, a tia Ana Paula, quando era pequena. Moreninha, com perninha gorda, cabeluda, sorridente, linda, linda, linda! Apaixonante! Acho que em abril descobriremos. Até lá, só em sonho e imaginação mesmo.
Mas voltando aos nomes, com a idéia na cabeça de que seria um menino, Fred Pai e eu já havíamos decidido o nome: Miguel. E deixamos de lado o de menina. Tínhamos até alguns nomes que gostávamos, mas nada decidido ainda. Até que veio a grande surpresa: seria uma menina.
E agora? Madalena? Cecília? Clarisse? Maria Luiza? Janaína? Larissa? Laura? Eu queria Madalena ou Maria Luiza. Madalena porque era o nome da minha vó. Eu sempre amei muito a minha querida vovó, que já se foi. Queria homenageá-la. Maria Luiza por causa do Tom Jobim. Mas quando o tio Marquinhos e a tia Karina esperavam a Luiza, eu sugeri o nome dela, que foi aceito. Então não valia mais! Fred queria Janaína e Madalena. Os outros nomes gostávamos. Mas havia muita indecisão. Primeiro porque Madalena não foi muito bem aceito na família. A vó Cristina, filha da bisa Madalena, não gostou da idéia de ter uma neta com o mesmo nome de sua mãe. Além disso, havia o medo de que na escola as crianças a chamassem de Madalena Arrependida (expressão paulista, acho...).
Daí um dia Fred Pai me ligou de lá do Centro Cultural Banco do Brasil. Ele tinha ido com a vovó Dalva a uma exposição sobre a obra de Clarisse Lispector e viu entre os diversos livros infantis escritos por ela, uma personagem chamada Laura. Gostou do nome e me ligou sugerindo. Eu achei o nome sonoro. Significa cheia de louros, ou seja, vitoriosa. Em seguida, lembramos da tia Larissa, ou melhor, tia Lalá, também conhecida como Lady Laura. A idéia de termos uma Lady Laura Segunda nos agradou muito. Ficamos algumas semanas com isso na cabeça e Laura foi ganhando forma, ganhando significado, ganhando beleza e de repente ganhou o nosso coração, com o nome de nossa filhinha. Esperamos que Laura seja forte, simples, bonita, feliz, doce e majestosa como o seu nome.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

O primeiro tudo


Acho que a minha primeira grande emoção de mãe aconteceu na sétima semana de gravidez, quando fui fazer uma ultra para tentar escutar o coraçãozinho. Fomos eu e Fred Pai lá na Maternidade de Laranjeiras. Ficamos esperando uns 30 minutos para chegar a nossa vez e essa foi uma das mais longas meia hora da minha vida. Depois da história do descolamento de placenta e de tudo o que os médicos das ultras anteriores haviam dito, eu realmente estava com medo.
Fred Pai, inclusive, ficou impressionado com a temperatura das minhas mãos: geladas. Eu pensava de tudo: será que o embrião está crescendo? Será que está morto? Será que está bem desenvolvido? E se não estiver? Que tipo de médico vai nos atender? Será que ele vai falar algo chato pra gente e passaremos de novo por uma crise? Fred Pai tentou me acalmar. Não sei dizer se ele estava calmo. Parecia, pelo menos. Disse que tudo daria certo e que o bebê estaria muito bem de saúde. Eu tentei acreditar. Até porque, não adiantava nada sofrer antes. Se bem que achava praticamente impossível colocar essa teoria tão linda em prática na minha cabeça de nova mãe, que estava quase biruta.
Finalmente entramos na salinha da ultra. Era um médico. Acho que ele se chamava Bruno. Muito simpático e atencioso. Acertou o aparelho, mostrou a imagem: um pontinho de nada, quase não dava pra ver. Ligou o surround da sala e PUMPUMPUMPUMPUM um som intenso, muito forte e rápido! Era o som do coraçãozinho do nosso nenê! Ele estava batendo forte e alto, muito, muito saudável! Eu chorei. Fred Pai disse: - Nossa! Irado! Parece uma sessão de drum base!
A emoção foi tão intensa, a felicidade tão grande que por mais envergonhada e sem graça com o médico que eu estivesse, as lágrimas caíram. Só não chorei mais por vergonha mesmo! Ao sair da Maternidade fomos jantar pizza para comemorar. Ligamos para todo mundo! Para os avós, para os tios e tias legítimos e postiços. Nós queríamos dividir a nossa alegria com todos que nos amam.
Já na 18ª semana de gravidez comecei a me preocupar porque não sentia o bebê dentro de mim. Havia lido em sites e nos livros que as mães começam a sentir o feto a partir da 17ª semana e que dependia muito de pessoa para pessoa. Mas eu já estava na 18ª e nada de sentir o meu bebê. É claro que um dia eu comecei a pensar nisso e pirei. Estava no trabalho. Foi uma roda viva de pensamentos. Será que está tudo certo comigo? Será que meu bebê está bem? Por que eu ainda não senti o feto? Sorte a minha que a tia Ju estava online no skype. Tia Ju está grávida também, da Olívia. Mas com nove semanas à minha frente. Então ela é a experiência em pessoa para mim! Eu a chamei no skype e disse: - Ju! Me salva! Socorro! Não sinto meu bebê! Será que ele está bem? Tia Ju, toda paciente, me perguntou: - Lu, pensa comigo: você continua enjoada? – SIM! – Você continua fazendo xixi que nem uma louca? – SIM! – Você continua com muito sono? – SIM! – Então amiga! Está tudo bem com você! Fica tranqüila que loguinho seu bebê vai se mexer para você! Fiquei tranqüila. Foi muito bom ter falado com a tia Ju naquele momento. Deixei de me descabelar e fiquei em paz.
Passados dois dias da piração, fui fazer as unhas em um salão no centro da cidade, pertinho do meu trabalho. Era um salão que nunca tinha ido antes. Gostei do ambiente e da manicure que me atendeu. Era sexta-feira, lá pelas sete da noite, e eu pintava as minhas unhas de vermelho, minha cor predileta. De repente BUM! Senti alguém lá dentro da minha barriga bater com força! Logo depois, senti como se houvesse uma borboleta batendo as asinhas dentro de mim. Levei um susto! Gritei espontaneamente: - O bebê! Está se mexendo! Senti! Senti! Foi uma festa só lá no salão. Todas as mulheres, ilustres desconhecidas, ficaram felizes com a notícia e festejaram esse momento tão especial comigo. Saindo de lá, a recepcionista do salão disse: - Que Deus abençoe esse bebê e a futura mamãe! Saí de lá com os olhos marejados e fui ao encontro de Fred Pai, que ficou muito feliz com a tão esperada novidade!


O pé de Fred Pai

De todas as minhas primeiras experiências com o novo papel de mãe, nada se compara em tamanho de emoção, do que a experimentada ao descobrirmos, na ultra da 19ª semana, que o nosso bebê seria uma menina! Foi a surpresa mais agradável que eu poderia receber da vida, de Deus, do Cosmo, ou mesmo de meu amado Fred Pai - já que é o homem que determina o sexo, não é mesmo?
Sempre que pensava em ter um filho, todas as vezes, sem uma exceção sequer, pensei em uma menina. Tenho essa menininha no meu coração desde os oito anos de idade, quando brincava de boneca com a tia Mariana. Adorava ouvir o sambinha que Tom Jobim tinha feito para a filha dele - “O samba de Maria Luiza... é bonito pra xuxu...” - e pensar que um dia teria uma Maria Luiza pra mim também, como a de Tom.
Quando soube que ela estava ali, no meu ventre, não poderia me sentir mais feliz, mais abençoada, mais sortuda, mais especial, mais tudo de bom no mundo, do que naquele momento. O médico da ultra, dr. André, perguntou: - Vocês querem saber o sexo? Depois de um sonoro sim, vindos na mesma hora da minha boca e da de Fred Pai, o doutor ainda disse: - Claro! Pergunta estúpida a minha! Vejo aqui uma vulva, é uma menina.
Meu bebê estava lindo! Todo formadinho, tinha as perninhas, os bracinhos, as mãozinhas, o rostinho... Vimos tudo, tão perfeitinho! Tão lindo!
Chorei muito. Só não chorei mais porque fiquei com vergonha. Enquanto esperávamos que a clínica gravasse o DVD da ultra pra gente, fomos para o lado de fora e começamos a ligar para todo mundo! – É menina! É menina! É menina! Era só o que eu e Fred Pai sabíamos dizer. – Que bom! Você sempre quis uma menina!, disse a tia Ana Paula, comemorando comigo.
Fred Pai estava muito, muito feliz com a notícia. Assim como eu, ele torcia por uma menina também. – Eu nunca tive irmã. Sempre quis conhecer mais o universo feminino. Vou me amarrar em ser pai de uma menininha!, dizia o meu amor.
Pois então! A empolgação foi tão grande, mas tão grande, Fred Pai pulou tanto, mas tanto, que torceu o pé direito! À noite, o pé dele estava tão inchado que fomos parar no Pronto Socorro. Ficou 15 dias com uma bota robocop. Mas Fred Pai nem se importou! Afinal, ele seria papai de uma linda menininha! Agora era escolher o nome!
Quando finalmente chegamos em casa, depois de um dia tão emocionante, deitamos na cama para dormir, senti minha filha se mexendo. Pequei a mão de Fred Pai e coloquei na minha barriga. Nada! Nem um sinal da nossa nenê! Daí eu disse: - Filha, mexe um pouquinho! Papai está aqui esperando para te sentir! Mexe pra ele. No mesmo minuto um TUM! Ela chutou muito forte! Fred Pai sentiu na hora! Rimos como duas crianças de tanta felicidade! Nos abraçamos e fomos dormir com nossos corações repletos de amor e orgulho.

domingo, 23 de novembro de 2008

A visita da vovó Dalva

No meio desse turbilhão todo de emoções vovó Dalva chegou. Ela veio passar uma semana aqui com a gente. Vovô Agnaldo tinha ido para a Índia a trabalho e a vó aproveitou a deixa e veio ficar pertinho da gente aqui no Rio. Fiquei toda feliz. Fred Pai mais ainda.
Lá chegou vovó, com uma animação e uma energia que nem eu e nem Fred Pai sabemos de onde ela tira! Nunca vi ninguém com mais pique do que esse seu casal de avós, minha filha! Você vai ver!
Vó Dalva chegou e encontrou o circo pegando fogo. Eu me sentia enjoada, cansada, com sono, irritada, insegura e cheia de vontades de comer um monte de coisa gostosa. Fred Pai estava assustado, frustrado, inseguro, irritado e muito, muito confuso. Imagine o cenário que a vovó encontrou. Mas mulher forte e baiana arretada do jeito que ela é, veio aqui para resolver todos os nossos problemas!
Nosso primeiro passo foi irmos ao supermercado. Vovó Dalva é também cheia de dicas. A que eu mais gostei foi a idéia dela para acabar com o meu enjôo com o cheiro do meu banheiro. Compramos cravo e canela. Fervemos na água e colocamos um potinho todo cheiroso embaixo do bidê. Melhorou um pouco o cheiro. Mas a verdade foi que durante os primeiros quatro meses da minha gestação o meu banheiro teve que ficar com a porta fechada o tempo todo. Migrei. Passei a usar o banheiro de Fred Pai. E ai que quem na casa esquecesse a porta daquele maldito banheiro aberta! Lá ia eu direto para a privada do outro banheiro. Nem preciso contar o que ia fazer por lá né?
Vovó Dalva também anotou todas as minhas vontades gastronômicas. Lasanha de presunto e queijo, bife de fígado, moela e língua. Fez um monte de comida! Não só para a hora que a gente comia, mas também para congelar. Comi muito! Tanto que depois fiquei passando mal de azia e depois de umas duas pratadas não podia mais nem ver a comida pela frente! O bom foi que aprendi que tenho que tomar cuidado. Comer tudo o que eu quero, mas em porções pequenas. Porque senão a azia toma conta do meu estômago e todo o prazer da boa culinária acaba em uma horrível queimação. Vivendo e aprendendo, diria minha mãe, ou melhor, vovó Cristina.
As dicas e comidas foram ótimas. Mas o melhor mesmo que a vó Dalva veio fazer aqui na nossa casa foi trazer paz e conciliação. Com a experiência de já ter passado por duas gravidezes, a de tio Binho e de Fred Pai, vó Dalva conversou comigo e me acalmou. Disse que o enjôo era normal. Que o enjôo de Fred Pai também era normal. Que a irritação com o mundo era natural. Que a insegurança e cansaço também. Enfim! Descobri que eu era uma mulher normal! Não era uma louca, sem instinto maternal. Apenas uma marinheira de primeira viagem, que foi pega desprevenida, sem nenhum conhecimento sobre o mundo das grávidas. Eu me enchi de esperança e de coragem e comprei o livro “O que esperar quando você está esperando” e comecei a ler. Depois ganhei emprestado outros ótimos livros da tia Flávia e do tio Binho e tia Lu. Quando vi, ao lado da minha cabeceira da cama tinham sete livros sobre o assunto. Li todos. Um por um. Algumas vezes sozinha e outras com Fred Pai ao meu lado. Isso tem ajudado muito a gente.
Para Fred Pai, vovó foi muito explícita: - Meu filho, a Lu está grávida e irritada mesmo. Ela vai tentar pegar leve. Mas eu quero que você faça o seguinte: toda vez que ela pisar duro com você ou for impaciente e você tiver vontade de brigar com ela, você vai pegar um saquinho plástico e gritar e xingar bem forte dentro dele. Depois disso, você amarra o saco e joga ele no lixo para que isso não volte mais. Tenha paciência. Porque depois passa. É essa a sua maior obrigação de pai no momento.
Fred Pai entendeu muito bem. Claro que às vezes não é fácil me agüentar. Mas passadas mais algumas semanas eu também estava mais calma e loguinho essa turbulência foi embora de casa. Eu mais tranqüila, Fred Pai mais paciente. Também tivemos uma outra ajudinha que foi muito importante: nosso amor pelo bebê que crescia na minha barriga foi aumentando cada vez mais. Cada vez que fazíamos uma ultra nova ou que íamos ao médico e escutávamos o coraçãozinho disparado do feto, o amor, a cumplicidade, o orgulho, o carinho, o bem querer, o afeto, as expectativas, tudo, tudinho mesmo, cresceu tanto que o resto foi passando. Acho que isso deve ter ajudado muito a gente.

O maravilhoso mundo do skype
Fred Pai e eu escolhemos o Rio para morar, mas nenhum de nós é daqui. A família do papai é parte de Vitória e parte de Goiás. A minha é parte de Campinas, de Mogi Mirim e de Goiás. Por isso, moramos longe de qualquer família. De um lado é legal, porque somos independentes, estamos em um lugar que escolhemos para viver, temos muitas opções de onde irmos nas férias e feriados, mas de outro é chato. Principalmente agora que eu estou grávida e que todos estão felizes e gostariam de acompanhar de mais de perto o crescimento da minha barriga e do bebê que está lá dentro. Mas poderia ser mais chato ainda se não fosse pelo skype.
Algumas semanas depois que descobrimos a gravidez, corremos para uma loja e compramos uma câmera, que instalamos no meu lap top. Fred Pai também tem uma no lap top dele. Agora conversamos sempre com a nossa família pelo skype e eu aproveito para exibir meu barrigão para todo mundo! É sempre uma grande farra.
Outra pessoa muito importante para a gente e que tem estado deveras presente nesse momento da nossa vida através do skype é a tia Pati. A tia Pati é a melhor amiga da mamãe. Ela mora na Inglaterra, pertinho de Londres, já deve fazer uns cinco anos. A gente sempre continuou a se falar e se ver, mesmo com tamanha distância. Mas devo confessar que tia Pati ficou muuuuito mais assídua ao skype depois que fiquei grávida. Pelo menos uma vez por semana nos falamos. Ela sempre quer ver a minha barriga! É de longe, mas com o skype, ela está tão mais pertinho. Uma delícia isso! A nossa última viagem de férias sem filhos escolhemos passar com a tia Pati e o tio Dante em Florianópolis. Em breve, serão dez maravilhosos dias com eles!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Nem tudo são flores

Por mais que eu e Fred Pai ficássemos felizes com a notícia da gravidez, o susto foi grande demais. Principalmente para mim. Fred Pai sorriu e ficou feliz. Comigo já foi bem diferente. Talvez porque eu seja assim mesmo, meio complicada. Talvez porque é a minha barriga que vai crescer, minhas roupas que não irão mais servir, meu estômago que ficará enjoado.. enfim.. sei lá! Só sei que o começo foi muito difícil!
Além de me acostumar com a idéia de ser mamãe, eu tive que em primeiro lugar lidar com um sangramento chato que não parava de dar o ar da graça. No domingo de Dia dos Pais foi a primeira vez. Fomos preocupadíssimos ao hospital. Lá, fizemos a nossa primeira ultra transvaginal. Não vimos nem o embrião. Apenas o saco gestacional.
Na consulta, para falar a verdade, nem eu e nem Fred Pai lembrávamos a tal da data do primeiro dia da última menstruação. Foi um sufoco! O médico que fez a ultra disse que o saco estava muito pequeno e que o bebê não vingaria. A tristeza tomou conta da gente. Foi muito chato. Mas não desisti.
Na segunda cedinho fui para outro médico. Ainda sangrando. Ele pediu uma série de exames, além de outra ultra. Lá fui eu fazer a ultra. Para nosso desespero, outra médica despreparada fez a minha ultra. Ela disse que, com cinco semanas de gravidez, já era para ouvir os batimentos cardíacos do embrião. Mas não ouvíamos. Daí veio a sentença de morte (literalmente!): - Esse embrião está morto e já deve ter sido absorvido pelo seu corpo. Você precisa fazer uma curetagem. Foi um balde d´água fria, gelada, congelando, em cima de mim e de Fred Pai.
Por mais que eu acreditasse em médico ou em exames, eu não conseguia entender como é que o embrião estava morto dentro de mim, se eu estava enjoada, não conseguia sentir cheiros fortes, estava com sono. Parecia meio estranho. Fred Pai me deixou em casa e foi fazer fisioterapia no joelho. Ele teve um pequeno derrame no joelho e o médico recomendou dez sessões.
Eu cheguei em casa chorando. Liguei para tia Ana Paula e chorei como criança com ela ao telefone. Tia Ana Paulo ouviu pacientemente e tentou de acalmar de todas as maneiras. No final, já estava até rindo com ela!
Em seguida, liguei o computador e a tia Bia, que trabalha comigo, veio me dar os parabéns pelo MSN pela gravidez. – Obrigada Bia! Mas não vai ser dessa vez! Disse eu em prantos novamente. Depois contei a história para ela. Tia Bia mandou na hora o link da Maternidade de Laranjeiras, aqui pertinho de casa, e me mandou ir pra lá naquele momento. Lá fui eu. Obediente.
Cheguei sozinha e chorando muito na maternidade. A recepcionista, uma moça muito bacana chamada Patrícia, me acalmou primeiro. Depois fiz a ultra. Para o meu alívio e de todos que estavam me acompanhando nessa empreitada, não tinha nada de errado com o embrião. Apenas um descolamento de placenta. Repouso. Foi essa a receita médica para meu problema. Ufa!
Depois desse susto, outros vieram. Um dia acordei sangrando na casa da vó Cristina. Outro susto! Lá fomos nós para o hospital. Suspeita de aborto. Que nada! Fizemos uma ultra e a Laura sapeca estava lá dentro na maior agitação! Linda! Dando cambalhotas, chupando o dedinho... Foi o máximo!
Na semana seguinte, sangrei de novo. Desta vez lá no trabalho. Voltei correndo pra casa. Precisava deitar. Cheguei ao meu prédio, o elevador estava enguiçado! Fiquei eu lá na recepção esperando consertar o dito cujo. Pior foi o vexame de estar lá embaixo, eu chorando feito criança! Mas acho que naquelas alturas já estava até acostumada!
Agradecimentos especiais a todas as minhas amigas queridas que me acompanharam durante essas aventuras. Tia Aninha, que veio duas vezes em casa socorrer a mamãe, ou o papai, que não sabia o que fazer! Tia Ana Paula, que me consolou no meu momento de desespero, Tia Flávia, que veio aqui trazer livros de gravidez e me ligou todos os dias dando a maior força. Tia Myrtha e tia Maria Silvia, que me ligavam acompanhando o perrengue. Tia Kelly e tia Moniquinha que só de ouvirem a minha voz vieram correndo aqui em casa para me animarem. Tia Ju, tia Pati, titia Aninha Gabriela, que de longe deram também a maior força. Os vovôs e vovós. Enfim... todos aqueles que demonstraram amor e carinho pela família que agora está se formando! Tia Lili! Tio Paulo! Quanta gente! Como somos amadas Laurinha! Ta vendo?

Enjôo do papai

No meio de todo esse turbilhão de emoções e novidades - aliada à revolução hormonal dentro de mim - fiquei doidinha! Para começar que não conseguia ver, ouvir ou sentir o cheiro de Fred Pai perto de mim! O novo papai não sabia o que fazer. Trocou o xampu, mudou o desodorante, usou um sabonete diferente. Nada. Eu não conseguia ficar perto dele. Além disso, tudo o que Fred falava me irritava. – Me dizem que minha mulher está grávida. Eu não vejo nada disso. Não vejo barriga crescer, não vejo bebê. Vejo apenas minha mulher ficar doidinha!, repetia Fred Pai o tempo todo. Desolado.
Do meu lado foi difícil também. Eu tive muito medo de tudo. De perder o bebê. De ganhar o bebê. De ser mãe. De não ser mãe. De ter alguém que iria depender de mim para sempre. De não ter dinheiro para pagar o colégio. De não ter mais dinheiro para ir ao salão. De não ter mais roupas bonitas. Da maternidade que eu iria ter nenê. Da ausência de família perto da gente aqui no Rio. Da falta de uma babá. Do Fred como pai. Da Lu como mãe.
Resultado: impaciência e choro. Muito choro. Bem que minha mãe sempre me chamou de manteiga derretida. Será que a Laura vai ser assim também?
O dia mais tragicômico de todos foi o da água. Aqui em casa usamos água mineral. Compramos o galão de 20 litros em uma loja pertinho de casa, que nos entrega. Era domingo à noite. Fui tomar um copo d´água antes de dormir. Não tinha água. Não tinha como comprá-la. Fui dormir com sede. Na manhã seguinte, cedinho, às 8h já liguei para a loja d´água pedindo um galão. A moça disse que demoraria uma hora mais ou menos porque o entregador não havia chegado ainda. Duas horas depois nada de água. Liguei lá de novo. – Moça, cadê minha água? Perguntei. A moça respondeu que a água deveria chegar na próxima meia hora, que o entregador havia se atrasado. Respondi: - Moça! Meia hora não! Agora! Você vai matar uma grávida de sede! E comecei a chorar. Fred Pai pegou o telefone, falou com a moça. Desligou. Em prantos pedi a Fred Pai para buscar um copo d´água no vizinho. Ele não buscou! Chorei e tomei água da torneira com gelo mesmo. Não morri. Só de vergonha mesmo!

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

O presente do papai

Passado o grande susto da notícia, domingo chegou e com ele o Dia dos Pais. Acordei animada naquela manhã. Afinal, seria o primeiro Dia dos Pais do Fred. Despertei o futuro papai dizendo que deveríamos comprar um presente para ele! Fred Pai adorou a idéia. Eu já tinha em mente o que gostaria de dar para ele nesse dia tão especial. Algo significativo...
Fomos ao Shopping Botafogo, lá na Imaginarium. Compramos um lindo avental para o papai e já fui logo colocando a mão na minha barriga e dizendo: - Viu meu bebê? Quando quiser comida é com o papai! Não é com a mamãe!
Afinal, como é que eu não iria avisar o meu bebê que ele pode conseguir o melhor? Seria covardia não avisá-lo (a) que com o papai poderia conseguir um delicioso peixinho com farofa de banana, ao invés de um congelado de microondas com a mamãe?

A grande notícia

Decidimos contar a grande notícia para os futuros avós naquele domingo. Ansiosa, eu fui a primeira a ligar. O vovô Filizzola atendeu ao telefone. – Pai! Parabéns pelo Dia dos Pais! Tenho um presente para você. Você vai ser vovô de novo! As priminhas trigêmeas tinham completado um aninho em abril.
Vovô começou a gritar: - Eu vou ser vovô! Eu vou ser vovô! Do outro lado da linha ouvi um monte de gente gritando. Eram a vovó Cristina, a tia Ana Paula e a tia Regina. Elas estavam na cozinha da vovó. Falei com todo mundo! Todos ficaram tão felizes!
Chorei muito dizendo para a vó Cristina: - Mas eu não sei se serei uma boa mãe! Não sei se estou preparada. De lá de Campinas vovó dizia: - Mas é claro que será! Você, Fred e o bebê serão muito felizes! Que Deus abençoe as palavras da vó Cristina.
Depois do meu telefonema foi a vez do papai Fred contar para os vovôs de Vitória. Era um dia muito especial para o vovô Agnaldo. Além de Dia dos Pais, era aniversário dele. Fred ligou e vovô atendeu: - Pai! Parabéns! Tenho um presente para você! Você será vovô!!! Cabrumbrubrummm, foi o barulho do outro lado da linha. Vô Agnaldo, que estava em Manguinhos, deitado na rede, todo vida boa, levou um susto tão grande que caiu! Caiu e gritou: EEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE!!!!!!!!! Dalva, você vai ser vovó!!!! A vovó Dalva deu outro berro e todos comemoraram muito. A tia Lu até chorou de emoção. O tio Binho ficou todo bobo... E foi assim que eu e Fred Pai anunciamos à família a vinda da nossa querida filha, que ainda não sabíamos se seria menina ou menino.
No sábado contamos a novidade para a tia Kelly e para a tia Flávia. A Laura ganhou seu primeiro presente da tia Kelly. Um patinho de borracha para a hora do banho. Lindo! Ele está guardadinho esperando a hora da Laura nascer pra brincar muito com ela!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008


Inauguração

Há muito penso em escrever um blog sobre a gravidez e nascimento da minha primeira filha. Quero compartilhar com os amigos e família este momento especial. Mas também quero deixar registrado para a Laura os principais momentos da gestação dela. Acho que vai ser legal ela poder ler isso um dia.
Saber os humores da mamãe... o perrengue que ela passa com enjôos e etc... Mas também a felicidade de sentir o primeiro chute, das ultras... etc. Saber também o que o papai está sentindo, falando... como ele está participando...
Bom... começamos falando um pouco do passado, já que a mamãe já está na 20ª semana e só agora resolveu escrever!!

Descoberta

Descobrimos que a Laura iria nascer em agosto. No dia 08/08/08. Na TV estava passando a abertura dos jogos olímpicos da China. Eu e Fred fomos comer no árabe, lá do Largo do Machado. Era sexta-feira. Essa rotisseria é uma das nossas prediletas. Mas... chegando lá, olhei para a comida, cheirei a comida e, mesmo morrendo de fome, não comi. - Que estranho! To enjoada!, pensei eu, mal sabendo que seria uma futura mamãe.
Depois do jantar, decidimos pegar um filme na locadora. Depois de escolher o filme, peguei um bombom "Sonho de Valsa"... Comi e: - Nossa! Que ruim! Um enjôo chato, pensei.
Ao sair da locadora, conversamos sobre nos vacinarmos contra a rubéola no dia seguinte pela manhã. Na época, o governo do Rio fazia uma campanha contra a doença, disponibilizando vacinação para todos. Naquele momento, falei para o Fred: - Meu amor! Vamos fazer agora um teste de gravidez? Estou enjoada. Me sentindo estranha. Minha menstruação está cinco dias atrasada. Não posso tomar uma vacina dessas grávida. Não acho que estou grávida. Mas vamos comprar o teste na farmácia, por precaução? O futuro papai, assustado, respondeu: - Mas não tem por quê! Você tem atrasado nos últimos meses. Será que precisa mesmo comprar? Eu, preocupada, embora descrente disse: "Melhor! Imagine Fred! Um bebê com problemas! Não né!
E fomos à farmácia. Compramos o teste, fomos para casa e deu positivo. O meu coração pulou como nunca antes. Um calor pelo corpo. Uma sensação de falta de chão. Fred foi logo avisando: - Lu, você fez o teste errado! Vamos fazer outro! Realmente, ao invés de tirar o palitinho do xixi cinco minutos depois, eu esqueci lá. Quem sabe não seria apenas isso... Ligamos para a farmácia. O teste chegou e com ele a certeza de que eu e Fred seríamos agora pais, além de filhos...