domingo, 23 de novembro de 2008

A visita da vovó Dalva

No meio desse turbilhão todo de emoções vovó Dalva chegou. Ela veio passar uma semana aqui com a gente. Vovô Agnaldo tinha ido para a Índia a trabalho e a vó aproveitou a deixa e veio ficar pertinho da gente aqui no Rio. Fiquei toda feliz. Fred Pai mais ainda.
Lá chegou vovó, com uma animação e uma energia que nem eu e nem Fred Pai sabemos de onde ela tira! Nunca vi ninguém com mais pique do que esse seu casal de avós, minha filha! Você vai ver!
Vó Dalva chegou e encontrou o circo pegando fogo. Eu me sentia enjoada, cansada, com sono, irritada, insegura e cheia de vontades de comer um monte de coisa gostosa. Fred Pai estava assustado, frustrado, inseguro, irritado e muito, muito confuso. Imagine o cenário que a vovó encontrou. Mas mulher forte e baiana arretada do jeito que ela é, veio aqui para resolver todos os nossos problemas!
Nosso primeiro passo foi irmos ao supermercado. Vovó Dalva é também cheia de dicas. A que eu mais gostei foi a idéia dela para acabar com o meu enjôo com o cheiro do meu banheiro. Compramos cravo e canela. Fervemos na água e colocamos um potinho todo cheiroso embaixo do bidê. Melhorou um pouco o cheiro. Mas a verdade foi que durante os primeiros quatro meses da minha gestação o meu banheiro teve que ficar com a porta fechada o tempo todo. Migrei. Passei a usar o banheiro de Fred Pai. E ai que quem na casa esquecesse a porta daquele maldito banheiro aberta! Lá ia eu direto para a privada do outro banheiro. Nem preciso contar o que ia fazer por lá né?
Vovó Dalva também anotou todas as minhas vontades gastronômicas. Lasanha de presunto e queijo, bife de fígado, moela e língua. Fez um monte de comida! Não só para a hora que a gente comia, mas também para congelar. Comi muito! Tanto que depois fiquei passando mal de azia e depois de umas duas pratadas não podia mais nem ver a comida pela frente! O bom foi que aprendi que tenho que tomar cuidado. Comer tudo o que eu quero, mas em porções pequenas. Porque senão a azia toma conta do meu estômago e todo o prazer da boa culinária acaba em uma horrível queimação. Vivendo e aprendendo, diria minha mãe, ou melhor, vovó Cristina.
As dicas e comidas foram ótimas. Mas o melhor mesmo que a vó Dalva veio fazer aqui na nossa casa foi trazer paz e conciliação. Com a experiência de já ter passado por duas gravidezes, a de tio Binho e de Fred Pai, vó Dalva conversou comigo e me acalmou. Disse que o enjôo era normal. Que o enjôo de Fred Pai também era normal. Que a irritação com o mundo era natural. Que a insegurança e cansaço também. Enfim! Descobri que eu era uma mulher normal! Não era uma louca, sem instinto maternal. Apenas uma marinheira de primeira viagem, que foi pega desprevenida, sem nenhum conhecimento sobre o mundo das grávidas. Eu me enchi de esperança e de coragem e comprei o livro “O que esperar quando você está esperando” e comecei a ler. Depois ganhei emprestado outros ótimos livros da tia Flávia e do tio Binho e tia Lu. Quando vi, ao lado da minha cabeceira da cama tinham sete livros sobre o assunto. Li todos. Um por um. Algumas vezes sozinha e outras com Fred Pai ao meu lado. Isso tem ajudado muito a gente.
Para Fred Pai, vovó foi muito explícita: - Meu filho, a Lu está grávida e irritada mesmo. Ela vai tentar pegar leve. Mas eu quero que você faça o seguinte: toda vez que ela pisar duro com você ou for impaciente e você tiver vontade de brigar com ela, você vai pegar um saquinho plástico e gritar e xingar bem forte dentro dele. Depois disso, você amarra o saco e joga ele no lixo para que isso não volte mais. Tenha paciência. Porque depois passa. É essa a sua maior obrigação de pai no momento.
Fred Pai entendeu muito bem. Claro que às vezes não é fácil me agüentar. Mas passadas mais algumas semanas eu também estava mais calma e loguinho essa turbulência foi embora de casa. Eu mais tranqüila, Fred Pai mais paciente. Também tivemos uma outra ajudinha que foi muito importante: nosso amor pelo bebê que crescia na minha barriga foi aumentando cada vez mais. Cada vez que fazíamos uma ultra nova ou que íamos ao médico e escutávamos o coraçãozinho disparado do feto, o amor, a cumplicidade, o orgulho, o carinho, o bem querer, o afeto, as expectativas, tudo, tudinho mesmo, cresceu tanto que o resto foi passando. Acho que isso deve ter ajudado muito a gente.

O maravilhoso mundo do skype
Fred Pai e eu escolhemos o Rio para morar, mas nenhum de nós é daqui. A família do papai é parte de Vitória e parte de Goiás. A minha é parte de Campinas, de Mogi Mirim e de Goiás. Por isso, moramos longe de qualquer família. De um lado é legal, porque somos independentes, estamos em um lugar que escolhemos para viver, temos muitas opções de onde irmos nas férias e feriados, mas de outro é chato. Principalmente agora que eu estou grávida e que todos estão felizes e gostariam de acompanhar de mais de perto o crescimento da minha barriga e do bebê que está lá dentro. Mas poderia ser mais chato ainda se não fosse pelo skype.
Algumas semanas depois que descobrimos a gravidez, corremos para uma loja e compramos uma câmera, que instalamos no meu lap top. Fred Pai também tem uma no lap top dele. Agora conversamos sempre com a nossa família pelo skype e eu aproveito para exibir meu barrigão para todo mundo! É sempre uma grande farra.
Outra pessoa muito importante para a gente e que tem estado deveras presente nesse momento da nossa vida através do skype é a tia Pati. A tia Pati é a melhor amiga da mamãe. Ela mora na Inglaterra, pertinho de Londres, já deve fazer uns cinco anos. A gente sempre continuou a se falar e se ver, mesmo com tamanha distância. Mas devo confessar que tia Pati ficou muuuuito mais assídua ao skype depois que fiquei grávida. Pelo menos uma vez por semana nos falamos. Ela sempre quer ver a minha barriga! É de longe, mas com o skype, ela está tão mais pertinho. Uma delícia isso! A nossa última viagem de férias sem filhos escolhemos passar com a tia Pati e o tio Dante em Florianópolis. Em breve, serão dez maravilhosos dias com eles!

Um comentário:

Pereira disse...

Lú,
É muito interessante a gravidez, embora seja algo da natureza e milenar, cada mulher sente de uma forma. As emoções são diversas.
Estamos todos torcendo para que os seus nove meses sejam repletos de boas experiências e que a LAURA tenha muita histórias para escutar e que você enha muitas histórias para contar e ajudar novas grávidas.
Bjs, bjs,
Vovó Dalva